Enquetes contribuintes

Em tempos de reforma tributária,
é oportuno interpretar os dados de
nossa última enquete aos cidadãos
contribuintes. Está aqui no nosso
site: perguntados se exigem notas fiscais
de tudo que compram, como forma de aumentar
a arrecadação e diminuir o
déficit fiscal do Estado, apenas
34% dos mais de 600 votantes responderam
que sempre pedem a nota fiscal, enquanto
que 49% pedem dependendo do valor e 17%
nunca pedem a nota fiscal.

E, aqui, temos duas maneiras de interpretar:
uma mais esperançosa e outra nem
tanto. A mais esperançosa é
que indica um crescente aumento da consciência
de direitos civis entre os brasileiros,
com 34% de declarantes que sempre exigem
a nota fiscal. Os 49% dos que a exigem,
dependendo do valor, talvez façam
parte dos que exigem sobretudo dos maiores
valores, o que já seria satisfatório
somado com os 34% que exigem incondicionalmente.

Pois algum tipo de economia informal ou
comércio irregular, mesmo os países
mais desenvolvidos, sempre existirá
numa proporção marginal. Mas
a questão é que no Brasil
se estima que a cada real arrecadado tenhamos
outro sonegado, o que se trata evidentemente
de um despropósito diante da dívida
social dos mais ricos para com a pobreza
da maioria do povo. O que não podemos
admitir é ainda encontrarmos 17%
de cidadãos contribuintes declarando-se
a favor de jamais exigirem uma nota fiscal
sequer de tudo o que consomem. O argumento
de alguns setores de que sonegar ou evadir
impostos é uma forma de protesto
à má aplicação
dos recursos públicos, ou mesmo ao
desvio de recursos por parte de políticos
e agentes públicos inescrupulosos,
é cínica e absolutamente injustificável.
Pois um erro não justifica um outro.

E a pregação de se fazer justiça
com as próprias mãos é
a regressão à condição
de barbárie e, portanto, a omissão
e abdicação definitivas à
esperança de um país mais
justo.

Declaração pública
como a do ex-secretário da receita
federal, Everardo Maciel, na CPI dos bancos
no governo passado, de que mais da metade
dos 500 maiores grupos empresariais brasileiros
ou dos 60 maiores bancos simplesmente não
pagam imposto de renda, num país
que já tem a quinta maior carga tributária,
com 36,4% do PIB, e a décima quinta
renda per capita do mundo, onde mais da
metade da arrecadação de imposto
de renda provém da massa assalariada,
é no mínimo um escárnio
diante do mais primário senso de
justiça e eqüidade! Portanto,
participe! Colabore e ajude a divulgar a
causa da plena cidadania, seja um cidadão
exemplar da nossa Voz do Cidadão!

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