Controle externo

A sensação tem sido essa:
parece que a nação vive um
impasse e crise política sem fim,
com greve pipocando pra todo lado, emperramento
da máquina burocrática, radicalização
da violência no campo e nas cidades,
com invasão de propriedades e guerrilha
civil entre bunkers de narcotraficantes,
economia quase parando, desemprego, índices
sociais alarmantes e justiça sendo
questionada de fio a pavio.

Mas esta sensação dá
conta apenas do fenômeno da mídia.
Não esgota integralmente a realidade,
que é feita de fatos e versões
de interpretação histórica
muito mais complexa. E o maior desses fatos
significa sobretudo que estamos crescendo
e amadurecendo no ânimo de expressão
e participação da cidadania.
Significa que começamos a ter opinião
e, sobretudo, que exigimos que ela seja
levada em conta. Estamos fartos do grande
mal da omissão que trama contra a
cidadania.

Não passamos apenas por um momento
superpolitização da vida nacional,
mas sobretudo de superconvicção
de que as instituições, enfim,
têm de funcionar. E a mais fundamental
delas, por que funda a razão de ser
do próprio estado, sem dúvida
alguma, é a instituição
da justiça. Que no Brasil, tem sido
lamentavelmente injusta, altamente custosa,
ineficiente e inacessível. Pois no
momento em que está para ser aprovada
a lei de reforma do judiciário, vale
a pena ver o que pensa a parte mais consciente
da cidadania. Desde janeiro, colocamos na
página de abertura aqui da Voz do
Ciodadão a enquete sobre o controle
externo do judiciário, como forma
de coibir o nepotismo e a corrupção
interna dos tribunais.

Pois saibam senhores parlamentares, magistrados
e os chamados operadores do direito que,
de 655 participantes dessa enquete até
a semana passada, nada menos do que 81%
se manifestaram a favor do controle externo,
enquanto 11% se manifestaram contra e apenas
6% não souberam responder. Pois bem:
que tal admitirmos todos que seja feita,
enfim, a nossa vontade de cidadãos
brasileiros?!…

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